CRÍTICA E CLÍNICA EM DELEUZE:
FILOSOFIA/ LITERATURA/ CLÍNICA/ POLÍTICA
curso com PETER PÁL PELBART
Deleuze diz coisas raras a respeito da literatura. “Como tornar-se o nômade e o imigrado e o cigano de sua própria língua?” O escritor, insiste Deleuze, escreve “para” os analfabetos, os acéfalos, mesmo para os animais (!) Se ele parece frágil, é por deixar-se atravessar por uma vida “intensa” demais – ele “viu” e “ouviu” coisas excessivamente fortes que o deixam esgotado, mas que lhe dão “devires que uma gorda saúde dominante tornaria impossíveis.” Como se vê, a literatura é uma questão de vida, não de morte, de pensamento, não de cultura. “Encontrar os pontos de não-cultura e de subdesenvovimento, as zonas linguísticas de terceiro mundo por onde uma língua escapa, um animal se introduz, um agenciamento se ramifica. Quantos estilos, ou gêneros, ou movimentos literários, mesmo bem pequenos, só têm um sonho: preencher uma função maior da linguagem, fazer ofertas de serviço como língua do Estado, língua oficial (…) Ter o sonho contrário: saber criar um devir-menor”. Assim, a literatura diagnostica os sintomas da “enfermidade” homem e inventa possibilidades de vida, como a filosofia. Não por acaso a literatura ocupa na filosofia de Deleuze tamanha relevância, e está em sintonia com ela.
O curso desse semestre tem como proposta percorrer esses tópicos, mas sempre a partir da matéria literária que Deleuze abordou: Kafka, Artaud, Lawrence, Miller, Beckett, Melville, Whitman, Masoch, Gherasim Luca, Proust, Pessoa, Blanchot. Mas também serão evocados autores brasileiros que Deleuze não chegou a conhecer, e que têm com essa linhagem grande afinidade: Clarice, Guimarães, Oswald– e por que não? também jovens autores contemporâneos que o grupo se dispuser a abordar.
Bibliografia básica:
G. Deleuze, Crítica e clínica, trad. P. Pelbart, São Paulo, Ed. 34, 1997.
Cronograma:
Março 7, 14, 21, 28
Abril 4, 11, 18, 25
Maio 2, 9, 16, 23, 30
Junho 6, 13, 20, 27
Datas: Segundas, 7 de março a 27 de junho/ 2016
Horário: 20h30 – 22h
Duração: 17 encontros
Local: R. Amália de Noronha, 301
(5 min. do metrô Sumaré)
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