Recados do morro e da mata: o Brasil de Guimarães Rosa
Curso com José Miguel Wisnik
O conto “O recado do morro” oferece a chave de leitura para entrar na obra de Guimarães Rosa – rede de recados em que mundos sociais distintos, como o sertanejo e o urbano, o arcaico e o moderno, o hiperletrado e o oral, se contaminam e se cruzam numa terceira margem. Essa perspectiva, que dá forma também ao Grande sertão: veredas, será examinada em contos de Primeiras estórias e nesse palimpsesto antropológico que é “Meu tio Iauaretê” (Estas estórias). Não por acaso Eduardo Viveiros de Castro tratou de “Meu tio Iauaretê” em seu ensaio “Rosa e Clarice, a fera e o fora”, e deu a seu prefácio para A queda do céu, de Davi Kopenawa / Bruce Albert, o título de “O recado da mata”.
Recados de Rosa falam do enigma do destino brasileiro hoje: a biodiversidade do cerrado (em processo atual de franca destruição), da qual a obra é testemunho; a violência patriarcal sertaneja, que persiste na vida urbana como uma espécie de carma ancestral; a estranha mistura de doçura e truculência, de cordialidade e luta de morte.
Horário: terças-feiras, das 20h30 às 22h30;
Duração: 12 encontros.
Calendário: 08, 15, 22 e 29 de setembro; 06, 13, 20 e 27 de outubro; 03, 10, 17 e 24 de novembro.
Local: alinhado às recomendações da OMS, as aulas irão ocorrer de maneira virtual através da ferramenta Zoom (com apoio técnico do Atelier)